Bastidores – Futebol Paraense 2012
O poeta
Carlos Drummond de Andrade disse: “Futebol se joga na praia, futebol se joga na
rua, futebol se joga na alma... A bola é a mesma volúpia de chutar na delirante
Copa do Mundo ou no árido espaço do morro”. Na vitória do Clube do Remo por 3 a
1, no seu 13º e último amistoso pelo interior do estado em 2011 (o time encerra
a temporada contra o Nacional em Belém na próxima quarta-feira), ontem, contra
o Comercial, em Ananindeua, teve tudo que os outros jogos, ao longo de pouco
mais de três meses, ofereceram para o Leão: gramado de baixa qualidade, retorno
de bola demorado quando esta ia para a galera e, claro, torcedores dando o
clima de descontração total.
Era
torcedor lotando a laje da caixa d’água, em cima do muro, do galho das árvores
que davam para o campo... Tudo para assistir ao jogo de graça. Por outro lado,
os que pagaram para entrar no Campo do União Atlético Clube praticamente
jogaram junto com os times. Sem um muro de proteção adequado, os torcedores
ficaram ao redor do gramado. Com o contato direto com os atletas, eram muitos
que arriscavam mostrar a sua habilidade como técnico. “Ê ‘9’, corre mais,
porque assim tu não vai fazer nada”, gritava o torcedor Nonato Junior, 38.
Outros,
porém, preferiam observar o trabalho dos radialistas, que, nesses locais,
trabalham em cabine improvisada, totalmente exposta ao púbico. “Queria
agradecer ao carinho dos torcedores, mas peço que me deixem trabalhar
primeiro”, dizia repórter Paulo Caxiado durante a narração da partida. Esses
nem devem ter visto o lance do primeiro gol, já no segundo tempo, quando o
lateral Panda, antes da cobrança de escanteio, pediu aos torcedores, que
estavam em cima, que o deixassem ter mais espaço e visão da área. “Arreda um
pouquinho aí, por favor”, pediu Panda. Pedido prontamente aceito e a bola foi
parar no fundo da rede com o zagueiro Igor João.
Alguns
minutos depois, Reis ampliou. A torcida ia à loucura. Mas foi no terceiro que o
torcedor invadiu de vez o gramado. Quando o estreante Cassiano sofreu pênalti,
um pequeno torcedor entrou no gramado, bateu na mão do jogador, como quem dizia
“Valeu, Valeu!”. Aldivan cobrou e marcou, para a alegria dos torcedores que
arrastaram o jogador na comemoração.
Provavelmente,
Drummond se divertiria na tarde de ontem em Ananindeua. Ainda mais se
resolvesse torcer pelo time de azul marinho.
Equipe está animada para o Parazão
Ontem, além do único gol sofrido, o maior incômodo para o goleiro estreante
Jamilton foi um cachorro que rondava próximo à sua meta. Fora isso, nada que
assustasse os azulinos. O Remo mostrou superioridade e criou muito mais jogadas
de perigo do que o Comercial.
Colocando dois times em campo – um no primeiro tempo e outro no segundo -,
Sinomar Naves, mais uma vez, conseguiu testar várias formações. Principalmente
no ataque. A primeira dupla foi formada por Bruno Oliveira e Jayme; e a segunda
por Reis e Joãozinho.
“Gostamos
do que a equipe apresentou, já que continuamos promovendo estreias e mostrando
uma evolução nelas”, comentou Naves. “A equipe, cada vez mais, está se entrosando
bem, o que nos anima para o Paraense”, analisou Aldivan.
Fonte: Diário do Pará
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