O Campeonato Paraense está ‘teoricamente’ suspenso. Quando
a poeira parecia sentado, eis que surge uma nova notícia para desmoralizar a
comeptição
Para
quem estava cansado das notícias de tapetão e bastidores nas últimas semanas do
futebol paraense, agora chegou a hora de enfastiar de vez. Quando parecia que a
poeira havia sentado e teríamos uma semifinal eletrizante da Taça Estado do
Pará, com um Re-Pa de um lado e um duelo entre uma tradicional agremiação e a
mais nova da competição do outro, eis que surge uma notícia para desmoralizar
completamente a competição – o Campeonato Paraense está (teoricamente)
suspenso!
Segundo liminar obtida pelo Santa Cruz junto ao Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD), a bola não irá rolar até o julgamento dos recursos emitidos
pela equipe da região do salgado. Para aumentar a confusão, até o fechamento da
edição, a posição da Federação Paraense de Futebol era de afirmar que não havia
sido notificada em tempo hábil e, por conta disso, os jogos seriam realizados
normalmente. A não ser que a federação fosse notificada de forma oficial antes
dos jogos, situação que os (ir) responsáveis não sabem prever se pode ocorrer.
Após um campeonato de um primeiro turno praticamente impecável, emocionante e
envolvente, que trouxe o torcedor animado de volta às arquibancadas, com a
melhor média de público do país, eis que o segundo turno nos brinda com nova
disputa nos tribunais e mancha uma competição que tinha tudo para ser uma das
mais memoráveis dos últimos anos.
Menos de 24 horas antes da realização de um Re-Pa, o Clássico Rei da Amazônia e
principal patrimônio do futebol paraense, brindamos o torcedor com um grande
ponto de interrogação – o jogo pode ser realizado ou não. E mesmo sendo
realizado, em face da judicialização da competição, não há garantias que os
resultados serão válidos. Um verdadeiro afronte com o torcedor e,
principalmente, com a própria história centenária da competição.
Acompanhe conosco como se desenvolveu a atual situação do campeonato. Confira
também o que as partes envolvidas têm a declarar e o que podemos esperar do
campeonato daqui em diante.
FPF minimiza atraso na entrega de laudos
e “garante” a rodada
No
olho do furacão, a Federação Paraense de Futebol teve de lidar ao longo do dia
com constantes ameaças de suspensão da competição. Sobre a ação movida por um
suposto torcedor do Santa Cruz de Cuiarana, a entidade não chegou a se
pronunciar, aguardando o julgamento da juíza da comarca que indeferiu o pedido.
Já sobre a recomendação do Ministério Público da suspensão da rodada e a
liminar do STJD com o mesmo efeito, a entidade se pronunciou, após apreciação
da sua diretoria.
O diretor técnico da FPF, Paulo Romano, confirmou que os laudos dos estádios
Souza e Mangueirão não haviam sido entregues à FPF, mas, como o promotor
Domingos Sávio daria plantão neste sábado pela manhã, afirmou que os documentos
seriam entregues em tempo hábil e isso não prejudicaria a rodada. “Na realidade
o único laudo que nos falta é o da vigilância sanitária do estádio do Souza. A
direção do clube afirmou que nos enviaria até a manhã desse sábado. Caso não
haja a entrega do documento a única mudança que deve ocorrer na tabela é a
mudança do local da partida entre Tuna e Paragominas, passando do Souza para o
Mangueirão”, explicou Romano.
Quando perguntado acerca da liminar do STJD, Romano afirmou que a entidade não
havia sido notificada a respeito. Após reunião com cúpula da federação, o
vice-presidente José Ângelo Miranda reafirmou que a rodada deste final de
semana está mantida.
“Eu
tomei conhecimento dessa decisão do STJD através das redes sociais. Até o final
do expediente não havíamos recebido nada na FPF e no site oficial do Tribunal
nada consta que comprove essa ação. Como a FPF não tem expediente sábado,
teoricamente a rodada está mantida, mas não sabemos se podemos ser notificados
de alguma outra forma”, disse José Ângelo Miranda.
DESORGANIZAÇÃO
Segundo
o promotor Domingo Sávio, o Ministério Público aguardou o envio dos laudos pela
federação o dia todo. “É lamentável ver isso acontecendo. Nós fizemos o
possível para não acontecer nada disso. Mas o artigo 23 do Estatuto do Torcedor
é bem claro no quesito segurança. Ontem (quinta-feira) tivemos a reunião de
preparação para o Re-Pa, chamamos o Guilherme (representante da FPF) e
explicamos que eles não tinham enviado os laudos dos estádios. Pedimos que
enviassem até a manhã de hoje (ontem), o que não foi feito até agora (à noite,
depois das 19h). Isso passa a ideia de uma grande falta de organização no
futebol paraense”, contou o promotor.
Fonte: Diário
do Pará