Interessante matéria, analisando o Futebol Paraense
Estádio Colosso do Tapajós em Santarém, recebe delegação desde a segunda Divisão, Primeira fase e Principal do Campeonato Paraense 2012 |
Engana-se quem acha
os campeonato paulista ou carioca os mais emocionantes do País. Emocionante
mesmo é o campeonato paraense. Num estado cerca de 28 vezes maior do que o Rio
de Janeiro, o Parazão tem emoção garantida muito antes de a bola rolar. O
desafio começa quando os times percorrem grandes distâncias de ônibus, em meio
à Amazônia, para somar míseros três pontos na tabela. Ou voltar de mãos
abanando. No Pará, uma vitória fora de casa até devia valer mais conforme a
quilometragem.
Times
de regiões opostas do Estado, como o Águia de Marabá e o São Francisco, de
Santarém, têm de atravessar mais de 1.000 km para disputar o campeonato.
“Precisamos do apoio do governo, senão o Campeonato Paraense fica inviável”,
diz o presidente do Águia de Marabá Futebol Clube, Sebastião Ferreira,
conhecido por Ferreirinha.
Mesmo
com o apoio logístico e de hospedagem garantido pela Federação Paraense de
Futebol (FPF), a saúde financeira dos clubes do Estado é precária. Sem o apoio
dos grandes canais de televisão, os oito clubes que disputam a elite do
campeonato têm dificuldades em obter patrocínios. No Pará, a Globo retransmite
o Campeonato Carioca, enquanto a Bandeirantes passa o Paulista, lamenta Ed
Ribeiro, presidente do São Francisco.
Desequilíbrio regional
A
única emissora de Tevê que transmite os jogos do campeonato paraense é a TV
Cultura do Pará, companhia pública do governo. Por meio dela, muitos clubes
encontram suas principais fontes de renda.
No entanto, os
repasses da companhia para os clubes são desiguais e privilegiam os times da
capital, o que gera grande descontentamento. “A TV Cultura, atualmente, repassa
quase sete vezes mais dinheiro ao Remo e ao Paysandu. Isso é muito prejudicial
aos times do interior e é uma forma de influenciar no resultado final do
campeonato”, argumenta Ferreirinha. “Os clubes do interior poderiam se unir
para rever e reivindicar seus direitos”, completa Ribeiro. Atualmente, os
repasses da TV Cultura do Pará giram em torno de 99 mil reais anuais aos times
do interior e 690 mil reais para Remo e Paysandu.
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