A cúpula da Fifa tem
diversas reclamações em relação ao governo federal.
A Fifa está bastante contrariada
com o governo federal diante dos protestos contra a Copa das
Confederações e a Copa-2014, mas não reage ou contra-ataca com temor das
consequências políticas. No entendimento da entidade, em meio às manifestações,
o Mundial tornou-se uma peça dentro da movimentação política em torno das
eleições de 2014, incluindo a sucessão presidencial.
E por isso que a organização máxima do futebol virou alvo dos políticos, do executivo e do Congresso.
E por isso que a organização máxima do futebol virou alvo dos políticos, do executivo e do Congresso.
A cúpula da Fifa tem diversas
reclamações em relação ao governo federal. Entre elas, está o atraso nas
construções dos estádios que, na visão dos cartolas, levou ao aumento de custos
total. O exagerado preço final das arenas é a principal crítica nos protestos
contra a Copa, que transformaram a entidade em alvo.
Também há um consenso dentro da
Fifa de que a presidente da República, Dilma Roussef, demorou a falar sobre as
manifestações. E, pior, fez uma declaração tímida sobre a Copa-2014, com um
discurso que tentava desvincular a União de investimentos nos estádios. Isso
apesar de existir verba federal nas arenas, por meio de incentivo fiscal e de
uma empresa que é metade estatal, no caso do estádio de Brasília.
Apesar desse descontentamento
interno, cartolas da Fifa decidiram adotar a tática de não falar nada pesado em
público. A ideia é tentar mostrar os benefícios do Mundial para o Brasil e ao
mesmo tempo se desvincular das manifestações. Questionado sobre os protestos,
ao voltar ao Brasil após viagem de uma semana, o presidente da entidade, Joseph
Blatter, tentou livrar-se do problema. "São questões internas sociais que
não tem relação com o futebol", afirmou, nesta quarta-feira.
A verdade é que dirigentes da
federação internacional de diversos níveis se mostraram assustados com as
manifestações, principalmente os estrangeiros. Tanto que o próprio Blatter tem
se exposto o menos possível em cidades onde há protestos, viajando para os
jogos apenas no dia das partidas.
Também há certo sentimento de
incompreensão em relação às vozes da rua. Até quarta-feira, por exemplo, não
tinham a percepção de que o ambiente político pode dificultar a liberação de
verbas para a infraestrutura do Mundial. Um exemplo era dinheiro previsto para
telecomunicações na competição que foi reprovado em sessão no Congresso, na
noite de terça-feira.
Para 2014, um dos objetivos da
Fifa será tentar entender o contexto político brasileiro. Assim, esperam evitar
ficar novamente no meio do tiroteio entre políticos que afeta a organização do
Mundial, na visão dos dirigentes. Também há a intenção de pressionar o governo
por melhoria nos serviços, como na área de segurança. O secretário-geral
da entidade, Jérôme Valcke, avaliou que 20% dos itens previstos para a Copa das
Confederações não funcionaram como previsto.
Um resumo é que, quando os
cartazes das manifestações abaixar, e a cúpula da Fifa deixar temporariamente o
país, dificilmente as relações entre seus cartolas e o governo brasileiro terá
a mesma harmonia de antes da Copa das Confederações.
Areté Editorial S.A
Diário LANCE
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