Uma comissão
formada por seis senadores vai visitar a Federação Paraense de Futebol (FPF),
em data ainda a ser marcada, para obter informações detalhadas sobre "a
crise institucionalizada" na entidade "que tem culminado com a
decadência do futebol profissional no Estado do Pará e tem sido palco de fortes
denúncias de desmando pela atual administração".
A criação
da comissão parlamentar foi proposta pelo senador Mário Couto (PSDB-PA), em
requerimento aprovado na última quarta-feira, 28, pelo Senado. Se houver
necessidade, o grupo de senadores irá a outros Estados da região Norte para
checar possíveis problemas que possam estar ocorrendo em federações de futebol,
principalmente naquelas onde os presidentes se mantêm no cargo há décadas. É
praticamente certo que a comissão também visite a federação de futebol de Mato
Grosso, por sugestão do senador Pedro Taques (PDT-MT).
Pelo
requerimento de Mário Couto, a comissão parlamentar poderá solicitar
informações sobre a situação do futebol paraense, e, se for o caso, de outros
Estados, e ainda realizar audiências públicas e diligências externas "bem
como praticar outros atos que julgue necessários para a consecução dos
objetivos da comissão".
"Precisamos,
no Estado do Pará, tomar medidas urgentes e necessárias no sentido de que o
esporte amador e profissional do Pará querido possa a voltar a ter dias de
glória, voltar à sua ordem, ao seu progresso", ressaltou o senador tucano na
tarde desta quarta-feira, ao se pronunciar, mais uma vez, sobre a falência do
futebol paraense, onde os maiores clubes – Remo e Paysandu – vivem atrasando os
salários dos jogadores e sofrem com eternas dívidas apesar de, ambos, contarem
com torcidas fiéis e capazes de lotar grandes estádios.
Na
avaliação de Couto, só existe uma justificativa para a decadência do futebol
paraense. "Imagina,
Brasil, um jogo entre Remo e Paysandu coloca, no estádio Mangueirão, 40 mil
pessoas. Se formos comparar aos grandes clássicos mundiais, pode-se dizer que é
a capacidade de um clássico entre Real Madrid e Barcelona. Pergunto eu: por que
o futebol do Estado do Pará está falido? Por que Remo e Paysandu não conseguem
ter um patrimônio capaz de honrar as suas torcidas? A culpa é da corrupção que
existe na Federação Paraense de Futebol", acusou o senador
tucano em pronunciamento no dia 06 deste mês.
Em seu
discurso e em seu requerimento, Mário Couto chama atenção para o fato de que a
presidência da FPF é ocupada pela mesma pessoa há 12 anos, no caso pelo coronel
da reserva da PM, Antônio Carlos Nunes de Lima. Em Mato Grosso, a situação se
mostra mais grave, conforme informou o senador Pedro Taques, em aparte ao
pronunciamento de Couto. "No Estado de Mato Grosso, o presidente da
federação está há 32 anos", disse Taques.
Com
aprovação do requerimento de Mário Couto, serão definidos os nomes dos
senadores que irão formá-la. "Eu acredito que, na próxima semana, teremos os
nomes definidos", disse o parlamentar tucano, que espera,
já em dezembro, dar início às visitas à Federação Paraense de Futebol. Depois
de formada, a comissão terá prazo de 90 dias para concluir seus trabalhos.
Fonte: Assessoria
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