Séries C e D foram impedidas de iniciar por decisão
judicial. Sem uma
definição após duas semanas, clubes ameaçam paralisar A e B.
Até times recém-rebaixados da Série B acreditam que, como estão sem campeonato para disputar, teriam direito de voltar à segunda divisão.
A preparação dos clubes para competir no campeonato foi marcada pelo senso de oportunidade dos cartolas, que não perderam nenhuma brecha na legislação para garantir, na Justiça, vagas que não conseguiram em campo.
Sem ter campeonato
para jogar há mais de duas semanas, metade dos clubes da Série C do Brasileiro
ameaçam entrar na Justiça e interromper o jogos das Séries A e B.
A terceira divisão deveria ter começado em 26 de maio, mas
três times que ficaram fora –Brasil/RS, Treze/PB e Araguaína/TO - conseguiram
com que juízes obrigassem a CBF a incluí-los no torneio.
Para eles entrarem, outros teriam de sair. A CBF, então,
recorreu das decisões. Enquanto não define a situação, suspendeu o campeonato.
"Vamos esperar uma definição até este domingo", afirmou o presidente do Paysandu, Luiz Omar Pinheiro. "Se
nada acontecer, entraremos na Justiça para pedir a paralisação das Séries A e
B.".
O argumento é o de que as quatro divisões são parte do
mesmo campeonato, o Brasileiro: se duas param, não haveria motivo para as
outras duas não pararem também.
Cartolas de 14 clubes descontentes se reuniram anteontem
com representantes da CBF e ouviram a promessa de que a entidade tentaria
medida jurídica para começar a Série C no próximo dia 17.
"Essa é uma aposta otimista, não realista", pondera Albertino dos Anjos, o diretor de futebol do Santa
Cruz, que conseguiu o acesso em 2011.
Ele fala em prejuízo de R$ 1,2 milhão graças às semanas
paradas, sem bilheteria.
A incerteza na terceira divisão provoca um efeito cascata
que chega à quarta, também sem data para começar.
Até times recém-rebaixados da Série B acreditam que, como estão sem campeonato para disputar, teriam direito de voltar à segunda divisão.
A preparação dos clubes para competir no campeonato foi marcada pelo senso de oportunidade dos cartolas, que não perderam nenhuma brecha na legislação para garantir, na Justiça, vagas que não conseguiram em campo.
Tudo começou com o acriano Rio Branco, que foi excluído da
Série C de 2011 por ter acionado a Justiça para jogar em seu estádio,
interditado.
Eliminado, fez um acordo com a CBF, o governo estadual e a
Justiça desportiva para não ser rebaixado em 2012.
Esse acordo foi questionado pelo Treze, quinto colocado da
Série D (de onde sobem só quatro) que aspirava à vaga dos acrianos. A Justiça
paraibana deu liminar garantindo o Treze na terceira divisão.
Mais tarde, foi à vez do Araguaína entrar na briga. Último
colocado do grupo do Rio Branco, o pior time da última Série C conseguiu na
Justiça --tocantinense-- o direito de herdar a vaga dos acrianos.
Na parte Sul/Sudeste da tabela, a confusão continua. O
Brasil de Pelotas havia perdido seis pontos no ano passado pela escalação de um
atleta irregular. E foi rebaixado. Também entrou na Justiça para reaver os
pontos. E conseguiu decisão favorável.
O Santo André, que acabaria rebaixado em seu lugar,
conseguiu a paralisação do torneio até uma definição.
Fonte: Folha Online
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